por Leônidas Stonger
Continuemos a narrar a história desse infame grupo de malfeitores erroneamente chamados de “Aventureiros de Arton” de seu plano de assinar o rei do nobre reino de Yuden.
Como informado na edição passada, o grupo, após ser expulso da cidade voada de Vectoria, pelo próprio mago regente, esteve desaparecido durante quase um ano. Apesar dos rumores de que estivessem presos e sendo torturados no covil de um dragão negro, Arkam, a realidade é bem diversa. O dragão era seu aliado, e passaram todo o tempo tramando como matar o rei Yudennach II, com o auxílio do assassino camaleão.
No final de 1396, entretanto, o grupo apareceu na pacata cidade de Maranata, em Dheon. Trata-se um pequena aglomeração de pessoas, distante um dia de cavalgada de Valkaria. Apesar de modesto, o lugar contava com um templo para Valkaria, outro para todos os deuses, e um dedicado unicamente a Mahra, Deusa da paz. E foi justamente a clériga local de Mahra, chamada Lili, que deu amparo à Set e seus comparsas, quando chegaram à cidade.
Obviamente, a história contada é que estavam fugindo do dragão negro. Aparentavam estar esgotados, sem equipamentos, sem nada. Afirmaram que sofreram torturas indescritíveis nas mãos do dragão negro Arkan, sendo entregues ao monstro pelo assassino Camaleão e um comparsa dele, uma homem silencioso com capacidades mágicas, em troca de uma grande recompensa. Alegaram que o dragão era o mesmo que havia sido derrotado pelo grupo quando do encontro com Aleph, olhos vermelhos. Afirmaram que Camaleão os enganou com sua habilidade de se metamorfosear, e usou de veneno para inutilizá-los. Chegaram a mostrar cicatrizes das torturas sofridas. Ace, inclusive, afirmou ter morrido e perdido um dos olhos durante o cativeiro, mas revivido graças a sua fé em Thyatis.
A fuga, segundo afirma, ocorreu durante uma tentativa desesperada dos homens de Lufian, em Fortuna, de acabar com o dragão. Esta cidade estava que sendo atacada impiedosamente por Arkan, que exigia tributos em ouro e sangue. Flavius, um homem que utilizaria uma máscara de ferro, liderava o povo de Lufian. Continuando suas mentiras, Artemis e os demais relataram que as pessoas da vila foram mortas pelo dragão, com exceção de Flavius, mas durante a batalha os “aventureiros” lutaram como puderam contra o poderoso Arkan. O dragão entrou em voo, e a luta durou tempo suficiente para chegarem de Fortuna a Dheon (que fica a pelo menos 500 quilômetros de Fortuna!), quando então todos caíram. Teriam deixados na caverna a maior parte dos seus pertences, inclusive um colar com um desejo que haviam ganhado como recompensa por terem evitado a vinda de Sartan a este mundo. Somente Artemis teria utilizado seu desejo para ganhar uma capa mágica.
Prezados leitores, pasmem, mas apesar de todas essas mentiras o grupo ainda recebeu ajuda da igreja de Mahra, o que já demonstra que esta religião, que só sabe falar em “paz”, também gosta de mentira e traição. O dragão foi achado desacordado pelo famoso Circo dos irmãos Thiannate, que estava preparando algumas exibições na cidade de Maranta naqueles dias. Os irmãos Thiannates juram que conversaram com o dragão e este aceitou entrar para o circo; já Jane, a mulher barbada que foi dispensada pelos Thiannates há alguns meses, porque estava se tornando resistente a poção que lhe fazia crescer a barba, afirmou que o dragão foi aprisionado e drogado pelos donos do circo.
Se já como for, passou a ser anunciado em Maranata que um dragão negro era a nova atração trazida pelos Thiannates. Então, os sórdidos bandidos, agora acompanhados do mascarado chamado Flavius, foram até o circo, obviamente buscando salvar o “comparsa”. Para tanto tiveram a ajuda de um outro monstro, uma criatura terrível, conhecida em Yuden como Fera de Muitos Olhos, ou Beholder, no idioma antigo.
Foi uma massacre; a insipiente guarda de Maranata foi dizimada, covardemente, abatida por Ace e seus companheiros, enfraquecida pelos raios da Fera, que ainda enfeitiçou o capitão da guarda da cidade para levar vários homens para os pântanos distantes, onde quase todos morreram.
Mas o pior aconteceu quando o grupo já havia deixado a cidade, levando os soldados da guarda de Maranata. Um dragão negro adulto de imenso poder destruiu a cidade, queimando os moradores a centenas. Destruiu grande parte do circo até que libertou Arkan para juntos voarem para longe, com certeza indo se juntar aos cruéis “Aventureiros”. Segundo pude apurar, esse dragão era o pai de Arkan e estava muito irritado com o filho por se deixar prender assim.
Por aqui ficaremos, grandes amigos, mas voltarei na próxima semana com mais revelações acerca desse grupo de malfeitores que traiu a nobre nação de Yuden e trouxe o pesar de milhares, assassinando covardemente o amado Rei Yudennach II.
Mas não podemos nos deixar abater, meus amigos, porque o Príncipe Regente Mitkov Yudenach III não deixar passar em branco essa afronta. Deixemos o príncipe saber que tem todo nossa confiança e apoio para buscar punir esses frios assassinos, interrompendo sua trilha de maldades.
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