por Leônidas Stonger
Primeiramente, quero explicar a ausência de Galtan Silversong. O bardo encontra-se nesse momento impossibilitado de continuar escrevendo o especial, em razão de uma estranha doença que o acometeu. Esperamos seu rápido restabelecimento, mas por enquanto ficarei responsável pelo especial e pela reconstrução dos passos dos autodenominados “Aventureiros de Arton”. Possuo larga experiência em comunicação com o público e com marchas pelo Reinado, bem como estou familiarizado com o grupo, que conheci pessoalmente. Portanto, fui a escolha natural para assumir as rédeas dessa importante publicação.
Acredito que a alteração ocorreu em boa hora, em que pese as circunstâncias em que aconteceu, posto que Galtan - pessoa de ótima índole mas ingênuo – foi flagrantemente enganado por esse grupo vil de pessoas que tem a petulância de achar que são os “Aventureiros de Arton”. Como se verá mais a frente, não são nada mais nada menos que uma gangue formada por indivíduos perigosos e malignos que desejam apenas o sofrimento do povo de Arton em benefício próprio. Para atingir sua infame sede de riqueza e fama, não respeitam instituição, país, velhos ou crianças; não hesitaram um segundo em enganar Galtan para que o mostrassem como heróis nessa edição e, não duvidem, devem ser responsáveis pelo grave mal que acometeu o bardo. Aconselho a qualquer pessoa a ter a máxima de cautela ao vistar qualquer membro de seu afamado grupo, principalmente os dois líderes que ainda estão à solta – Set e Rui Escandinavo. Não confiem jamais em tal bando de crápulas, e entrem imediatamente em contato com o governo de Yuden. Informações sobre o paradeiro desses bandidos será bem recompensada.
Passaremos a olhar para a história desse bando de vilões não utilizando as provas plantadas e compradas que ludibriaram Galtan. Teremos como fontes testemunhas seguras, respeitados indivíduos que tiveram o desprazer de presenciar as atrocidades cometidas por esse grupo de marginais. Obviamente, em nenhum momento os “aventureiros” buscaram evitar a vinda de Sartan a Arton, como narrado anteriormente; queriam, isso sim, trazer o antigo deus do mal ao mundo graças a um pacto firmado com sangue por Set e os demais. Nesse pacto, os quatro líderes do grupo dividiriam Arton entre si, enquanto o seu sinistro senhor conquistaria a liderança do panteão. Felizmente, graças ao esforço combinado de tropas de Yuden, lideradas pelo general Smith, o plano foi impedido na Vila do Dragão.
Nessa edição, todavia, nos prenderemos aos fatos que aconteceram após o grupo retornar a Malpetrim em fuga das tropas de Yuden, fatos estes que não deixam dúvida das intenções malignas dos “Aventureiros de Arton”.
O ENCONTRO COM VECTORIUS
O retorno do grupo a Malpetrim coincidiu com a passagem da cidade voadora de Vectora pela cidade. Os aventureiros decidiram ir até o famoso mercado, mas antes fizeram contato com uma medusa que desejava atacar um grupo conhecido como o Grêmio dos Médicos Monstros, uma vez que estes teriam prendido uma outra criatura da mesma espécie.
Como se sabe, o Grêmio tem como objetivo melhorar diversos aspectos humanos utilizando partes dos corpos de criaturas monstruosas, como asas de um gárgula ou a cauda de um escorpião gigante. A técnica é controvertida, uma vez que é difícil entender em que um ser humano se tornaria melhor utilizando partes do corpo de criaturas repugnantes, mas não se pode negar que a atividade dos médicos diminui a quantidade dessas criaturas nefastas que não deveriam sequer existir. Dessa forma, tem autorização para exercer sua atividade em diversos países, como em Yuden.
Em Vectora existia uma sucursal do Grêmio há muitos anos, se não autorizada expressamente por Vectorius, no mínimo tolerada. Artemis e companhia, entretanto, na primeira visita a cidade, já se aliaram a medusas, criaturas sabidamente malignas, para atacar o local e matar as pessoas que ali laboravam. Foi o que tentaram fazer, mas, por sorte, os integrantes conseguiram fugir antes de serem assassinados pelos vilões, que invadiram a sede sem qualquer parcimônia. A milícia da cidade rapidamente entrou em ação para tentar evitar o massacre, mas os “heróis” de Arton ainda tiveram tempo para exterminar todas as criaturas que ali estavam presas, inclusive a própria medusa que supostamente iriam “salvar”. O capitão da milícia não pode conversar com a Gazeta, mas o Sargento Pietro, que deteve os pcs, conversou longamente comigo e ressaltou que ainda acorda à noite sobressaltado com a frieza do grupo: “Ficamos estarrecidos. Estarrecidos. Após cercarmos o local e deixarmos claro que não havia como os bandidos fugirem, eles ficaram descontrolados e começaram a matar todas as criaturas. Artemis usava sua espada sem piedade, matando uma por uma, enquanto set gritava que queria o sangue delas para rituais demoníacos. Rui se divertia cantando uma melodia arrepiante, observando Artemis, por fim, decapitar um gorila”.
Senhores, todos sabem que não podemos apoiar monstros. Mas decapitar cruelmente um gorila indefeso, uma criatura que poderia estar sendo usada para exercer trabalhos pesados, dando descanso a um trabalhador honesto, é revoltante. Felizmente o grupo acabou por ser preso pela milícia, com a ajuda de um dos conselheiros da cidade, e levados até Vectorius em pessoa.
O mago não se deixou enganar pela língua venenosa de Set e foi desacatado por Rui. Expulsou então os vilões, utilizando para tanto uma lufada de vendo para jogá-los das bordas da cidade voadora. Pena que Lorde Vectorius não tenha simplesmente aniquilado o mal pela raiz ou prendido imediatamente o grupo. Muito mal seria evitado.
Saliente-se que Ace não estava presente nessa apresentação a Vectorius, uma vez que havia morrido na batalha contra os seguranças do Grêmio dos Médicos. Mas, infelizmente, espada sem fio demora mais a enferrujar, como dizem em Kannilar. Por ser um devoto de Thyatis, ou de deuses sombrios, segundo alguns, Ace não pode morrer por meios normais, tal qual os vilões que povoam os contos para assustar as crianças. Dias depois da sua morte, ele sempre surge novamente em Arton para continuar sua trilha de sangue e dor.
Existem ainda algumas vozes que dizem que os “aventureiros” desejavam libertar os monstros, e que estes foram mortos pelos membros do Grêmio, antes da fuga. Amigos, não se deixem enganar por tal mensagem enganosa. Tais mentiras são espalhadas por uma Elfa do Ar chamada Lili, que vive na cidade, mas eu descobri que ela recebeu incetivo monetário dos vilões para apagar a culpa deles no evento. Além disso, trata-se de uma elfa, raça covarde que perdeu seu território para meros globins, não merecendo sua palavra o menor crédito.
A ALIANÇA COM CAMALEÃO E COM UM DRAGÃO NEGRO. O EMBRIÃO DE UM REGICÍDIO.
Já em Malpetrim, o grupo teve o contato com o notório assassino conhecido como Camaleão. O encontro se deu na Taverna do Macaco Caolho, e foi presenciado por um antigo morador da cidade, um distinto senhor que, por puro acaso, escutou grande parte da conversa:
“Um deles falou que podia ser chamado de Camaleão. E começaram então a conversar. Trocaram muitas histórias sobre assassinatos e sequestros de pessoas em troca de dinheiro. Então, um homem que possuía uma capa cinzenta (Artemis), perguntou se eles não queriam ganhar dinheiro de verdade. Então propôs o assassinato de um rei, o rei de Yuden”.
O plano, então, começou a germinar. Uma das primeiras providência foi buscar o auxílio de um dragão negro chamado Arkan, o mesmo que Set já havia usado para voar até a Ilha da Caveira e para enganar Aleph olhos vermelhos. Durante meses o grupo permaneceu no covil do monstro, em fortuna, próximo a cidade de Luvian. Lá ficou combinado que Camaleão roubaria a espada de Kalmyr no reino dos anões Doehrimm, e para isso se infiltraria na comitiva do Rei Thormy que visitaria o local. Enquanto isso, o restante do grupo também entraria para o seleto grupo que defende o rei, colocando-os em posição de matar o rei de Yuden, que já confirmara presença da festa do dia do Reencontro, em Valkaria.
Obviamente, o grupo diz que na verdade foram presos por Camaleão e levados ao dragão, permanecendo presos por meses em sua caverna, pendurados em gaiolas suspensas, sofrendo torturas terríveis. Mas uma vez Set e seus amigos tentam enganar o povo de Arton e alterar os fatos. As testemunhas ouvidas bem como todas as evidências não deixam dúvidas de que, desde início, houve um acordo entre essas entidades malignas para retirar a vida do senhor da guerra de Yuden.
Outra prova de que o grupo é realmente nefasto, foram os diversos ataques feitos por Arkan à cidade de Luvian neste período. Não passou uma semana sem que o dragão sobrevoasse a cidade e espalha-se seu sopro de ácido sobre as casas do honestos trabalhadores, tudo a mando de Set, que parece ter um poder especial sobre a criatura. Nem neste período de preparação para o grande plano a sede de sangue do necromante não ficou adormecida. Segundo o prefeito de Luvian, mais de 100 pessoas foram mortas durante esses ataques.
O poder de fogo do dragão não era suficiente, entretanto. Os “Aventureiros” queriam mais. Ace teve a ideia de chamar um antigo amigo, o conhecido bandido conhecido como Vulkar, o carniceiro, responsável pela morte, tortura e estupro de centenas, quando era um lorde em Dheon. Usando uma máscara de ferro, e com o codinome de Flavius, o Carniceiro foi até a praça central de Luvian e fez um discurso animando todos a irem até o covil da criatura e matá-la. Apenas uma armadilha: todos que lá foram encontram somente a morte nas garras e no ácido da criatura.
Após agradar bastante o deus da morte, Babul, o verdadeiro grupo do mal resolveu ir até Dheon, executar o regicídio. Antes, entretanto, ainda fariam novas maldades. Aguarde a próxima edição especial da Gazeta, que agora passa a ser semanal.
Antes, apenas mais um recado: também estou responsável pela edição normal da gazeta, que trás as notícias atuais de todo o mundo de Arton, no momento à beira de uma guerra em razão da proteção que o reino de Yuden e, mais recentemente, Petrynia, oferecem aos assassinos do senhor de Yuden.
Força e disciplina a todos!
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